Cães na terceira idade precisam de cuidados como os humanos

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Nessa fase, eles têm problemas no coração e nas articulações.
Rações terapêuticas e melhoria de diagnósticos fazem cachorros viverem mais.


Dezoito anos de idade e doenças como artrite, cataratas e diabetes são ameaças cada vez mais presentes... em cachorros. É que eles têm vivido cada vez mais e, na terceira idade canina, começam a ter os mesmos problemas que os idosos humanos.

A boa alimentação e medidas veterinárias preventivas são alguns dos fatores que ajudam os cães a chegar até 20 anos.

“A expectativa de vida dos cães aumentou e a boa alimentação é responsável 90% por esse crescimento. Além da possibilidade médica de diagnósticos mais precoces e da especialização profissional. Há 20 anos o que existia era um clínico de pequenos animais. Hoje há urologista e endocrinologista só para esses animais”, explica o veterinário Luiz Augusto Carvalho, presidente da Associação dos Clínicos Veterinários de Pequenos Animais do Rio de Janeiro (Anclivepa-RJ).

Segundo ele, em média, o cachorro entra no terço final da vida a partir dos 8 anos. Nessa fase, é mais significativa a incidência de câncer, doenças cardíacas e degenerativas e disfunções hormonais. “Mas as doenças variam em função do porte e da raça. As articulares e cardíacas são mais comuns nas raças de grande porte”.

Ainda na lista das semelhanças entre os problemas dos idosos caninos e humanos está uma doença conhecida como Disfunção Cognitiva Canina, com sintomas parecidos com o Mal de Alzheimer. “Outro problema é a depressão. O cão fica desinteressado pelas coisas que gostava antes. O remédio é estimular e brincar muito com o animal”, ensina o veterinário João Telhado, especialista em comportamento animal.

Alimentação ajuda cães a viverem mais

“Com a idade, o cuidado dobra. O animal fica mais dependente de você”, conta Telma Caproni, gerente da loja Pet Fantasy e dona de um teckel, de 16 anos.

“É como um velho mesmo. Eles ficam temperamentais, mimados e sentem mais frio”, enumera ela, que tem nas rações sênior o carro chefe dos produtos vendidos para o segmento.

“Elas costumam ter fibras e substâncias que ajudam o bom funcionamento do coração e baixa quantidade de proteínas, já que os rins de cães de 7 anos para cima, não são tão bons”, diz ela.

“Hoje há rações terapêuticas, especiais para cardiopatias, dermatoses crônicas e doenças articulares. Dar comida atrapalha, mas não colocam na cruz quem faz isso como prêmio para animar um cachorro idoso ou dar um agrado quando ele toma o remédio”, pondera Luiz Augusto.

Pastor de 17 anos é vovô da casa

Com 17 anos, o pastor alemão Rajah “é o vovô da casa”, na definição do dono Marcelo Aguiar, de 36 anos. “A prioridade da casa é ele”, conta sobre o companheiro que hoje anda devagar, tem catarata que compromete 25% da visão e toma remédios para o coração, artrite e artrose.

A dedicação é tanta, que ele resolveu colocar carpete na casa toda para ajudar o cachorro que, com a idade, começou a ter dificuldades de levantar e até trancou a faculdade para poder ter um horário mais flexível para as necessidades do melhor amigo “Peguei ele quando eu tinha 18 anos. Ele viu minha vida toda. A gente fica mais apegado e ele, mais carente e até mais meigo”, diz.

O husky siberiano Conan, de 14 anos, também precisa de cuidados especiais e dedicação integral. São quatro remédios por dia, que precisam ser dados na hora certa. É que depois de ter as próstatas e um tumor do ânus retirados ele ainda sofre de artrose.

“Ele não consegue levantar sozinho e chora de dor para ir beber água ou fazer as necessidades. Tem que ter alguém para ajudar”, conta a dona-de-casa Graça Rabello, de 55 anos, que reparou mudança no comportamento do cão depois que ele entrou para a 3ª idade canina.

“Ele come menos, dorme mais e já não tem as mesmas brincadeiras. O que mais me dói é que sei que esses cuidados são paliativos”, resume.

'Melhor remédio é carinho', diz veterinário

Treze mas com corpinho de 6, o labrador Mayke, de 13 anos, tem como principal problema de saúde uma doença de nascença. “Quando ele veio para nós, diziam que ele não passaria dos 5 anos por causa da displasia crônica nas patas traseiras”, conta a arquiteta Patrícia Soter, de 38 anos, 12 anos depois da cirurgia do seu animal de estimação.

“Ele está super conservado, você dá a metade da idade para ele. Mayke ainda não tem comportamento de idoso”, orgulha-se ela, que já teve um yorkshire, que morreu aos 16. A receita? “Muito amor e uma boa dose de carinho e dedicação. Em troca, ele nos dá esse olhar de pidão e sua fiel companhia”, ensina Patrícia.

De acordo com o Dr. Luiz Augusto, ela tem razão: “O medicamento fundamental nessa idade é carinho. O cachorro não deve ficar abandonado ou sozinho. Os que têm chance de ficar deitado na sala ouvindo a movimentação do dono, vivem muito melhor do que os de canis, que ficam lá esperando a morte chegar”.

Fonte: http://www.g1.com.br/

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